sexta-feira, 15 de novembro de 2013

O MORIBUNDO



Estava ali, deitado, prostrado, no quarto refrigerado, acompanhado da enfermeira, vivendo seus derradeiros dias.
- Quer alguma coisa? - a profissional indagou.
Limitou-se ele a gesticular um "não" com um dedo.
- Vou prepoarar os remédios pra daqui a pouco - ela avisou e saiu.
O homem ficou a reletir:  estava sozinho, sem uma mulher que lhe segurasse as mãos com afeto, que lamentasse o crepúsculo de sua vida.  Tinha apenas uma enfermeira, fria, serena, atenciosa, mas profissional.  Não mais que profissional.  Não mais que cumpridora dos deveres.  E onde carinho nos seus últimos tempos sobre a terra?
Casara-se algumas vezes, mas não tivera exatamente o perfil de um homem casado.  O passado lhe vinha à mente: esbórnias, orgias, mulheres, traições.  Usara muitas mulheres. Muitas mulheres o usaram.
Bebedeiras, a visão da aurora de dentro dos bares, os motéis, cigarros, bebidas, mulheres diversas, mas nenhuma amiga, companheira, solidária, exatamente a que faltava naquele momento.  Sabia de uma que poderia estar naquele momento a seu lado, os olhos lacrimejados, o inconformismo estampado no semblante, porque o amara de verdade. Mas agora já há muito se fora o amor, esmigalhado pela inquietude da alma do homem, o desregramento  e a turbulência dos dias.  Havia uma outra que achava que também poderia estar por ali, também chorosa e inconformada.  Mas não quisera ele ficar com ela, não lhe tivera paixão ou afeição, fizera-a de brinquedo e a mantivera como namorada por poucos meses.   A outras se entregara de corpo e alma, mas não recebera o amor em troca.  Nenhuma daquelas últimas, sabia, naquele momento estaria ali.  Não o quiseram e o menosprezaram, queriam-no por apenas algumas conveniências que ora não entendia  bem.  Umas outras ainda foram nulas, casos sem nenhuma relevância, nenhuma importância, só mulheres que passaram em branco por sua existência.
Pensou em si mesmo e apertou os olhos. Nem filhos quisera ter.  E não os teve.
E agora não tinha ninguém ao seu lado que o amasse, que lhe chorasse a morte iminente. Tinha apenas uma enfermeira.  Era sozinho e morreira sozinho. Acompanhado apenas de uma enfermeira.
Contudo ficou a considerar a questão.  Se tivesse ficado com uma mulher que um dia o amara e agora não mais, teria sido um tédio insuportável envelhecer ao lado daquela, num dia-a-dia insípido e totalmente desprovido de emoções, de sensualidade, de desejos ardentes, de aventuras e daquele ardor que envolve as grandes conquistas e paixões.  Uma mulher envelhecendo ao seu lado, os dois sentados a um sofá nos finais de semana, assistindo a notíciários e novelas, a rabugice tomando conta de ambos, a aposentadoria e a obrigação de comprar pães todas as manhãs, pequenas compras todos os dias.  As reclamações da mulher pela eventual má qualidade de algum artigo comprado.
Mesmo que tivesse sido correspondido por alguma daquelas que quisera de verdade, como teria podido conter a corrosão do tempo sobre a poesia, o fogo e a entrega tresloucada das paixões?  O tempo faria paulatinamente de todo o fogo uma mesmice, um tédio intragável, 
uma mononotonia sem tamanho, um eterno desejo de estar nos bares, nas boates, nas aventuras da noite, ou então que a alma se domasse e aquietasse de um modo que tornasse a vida absolutamente cinzenta.
Tivesse sido um homem afeito ao casamento e agora teria uma velha chata e chorosa diante de si, rememorando os momentos tediosos vividos por ambos como fossem as mais emocionantes aventuras, as mais magníficas emoções.
Não lhe veio o arrependimento nem a lágrima.   Considerou longamente o assunto, não se arrependeu de, pelo modo como vivera, agora, velho e moribundo, estar sozinho.  Se então estava velho e sem amigos, sem mulher, enquanto tivera forças, tirara proveito do melhor que pudera do mundo.  Vivera a vida intensamente, porque sempre  fora intenso e por isto não mais que a verdade de si próprio.  Abriu, semicerrou e reabriu os olhos, recebeu os remédios da enfermeira.
Morreu naquela madrugada, cônscio de que vivera da maneira que achara melhor para si.

Barão da Mata

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

LABORATÓRIO ROYAL ENCERRA AS ATIVIDADES EM SÃO ROQUE

O Laboratório Royal encerrou suas atividades em São Roque-SP, mas não sem antes soltar veneno, através de uma nota em que diz que " o Brasil perde por ter comprometida a pesquisa contra o câncer", o que é uma inverdade revoltante, porque os beagles estavam sendo usados como experimentos para a produção de cosméticos, muito embora, no Jornal Nacional, a Patrícia Poeta leu o manifesto dos empresários tentando imprimir ao manifesto uma veracidade que não há.  Está de parabéns por cumprir com perfeição o dever de aula. 
quanto a nós, amantes do sanimais, só resta torcer para que a vitória conquistada não seja parcial, e que aqueles maléficos torturadores de animais não resolvam se alojar em nenhum outro lugar do Brasil. Entretanto, ainda temos de lamentar o fato de a entidade (o laboratório) não haver encerrado suas atividades e suas praxes perversas no mundo inteiro.



VOTAR NELES NÃO!!!

O que será do Rio de Janeiro e do Brasil?  Como não bastasse a capital do Estado  estar sob a gestão desastrosa de Eduardo Paes, que está transformando o viaduto da Perimetral, a única via exequível de acesso ao centro da cidade,  em pó, ainda temos como principais candidatos ao governo da Unidade da Federação (Rio) os "queridos" César Maia, Lindberg Farias, Garotinho e Pezão.  Se formos fazer uma breve análise sobre estas figuras, Garotinho governou com a seriedade de quem apita pelada de travestis em 31 de dezembro.

Pezão é o continuador da catastrófica obra de Sérgio Cabral (t'esconjuro!).  César Maia começou a carreira política como economista de esquerda, no PDT, e, ao romper com Brizola, bandeou-se para o PFL (hoje DEM) e disse que poderia perfeitamente unir em torno de si a direita.  Pois é: ele prefere ser aquela metamorfose ambulante... Além do mais, como prefeito do município, fez, assim como Paes, da cidade um imensurável canteiro de obras, onde o trânsito não fluía (como hoje não flui) em hipótese nenhuma.  Paes e Maia têm o poder de tornar o caos em algo ainda muito pior.  Lindberg é um homem de posições tão firmes, que, em 2003, era avesso à reforma previdenciária implementada pelo "grande" Lula e, após uma conversa reservada com o ex-presidente, virou a casaca e a gente viu depois o resultado: ganhou de presente a prefeitura de Nova Iguaçu, graças ao maciço apoio do governo federal.




No âmbito federal o quadro é ainda bem mais grave: após o espancamento e destruição da candidatura Marina Silva, a eleição está polarizada entre Dilma, PT, que pratica a demagogia barata e arroga um pseudocrescimento das classes pobres enquanto o IBGE aponta que 31,6% dos moradores de favelas têm renda de até meio salário mínimo http://g1.globo.com/economia/noticia/2013/11/nas-favelas-316-tem-renda-de-ate-meio-salario-minimo-diz-ibge.html    Aécio vem pelo PSDB, que privou o Brasil da melhor e mais importante parte do patrimônio nacional.  O país está estagnado, andando de costas, sem conseguir fazer crescer  o PIB enquanto arrocha salários e libera os preços, mantendo os ganhos (se assim podem ser chamados) salarias a cada mais abaixo e distantes da inflação.
O cenário é negro, pavoroso, apocalíptico.  Não vislumbro saída.  O povo precisa se conscientizar, é preciso que um milagre aconteça e a gente fluminense e brasileira se dê conta de que pode evitar cavar a própria sepultura.

Barão da Mata

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

VEM VIVER (MARCELO BIZAR E BARÃO DA MATA)


Com vocês, a bela poesia de Barão da Mata, na melodia e voz marcantes de Marcelo Bizar. Assista e curta o videoclipe de "Vem viver":


REI DO CAMAROTE???


Primeiro eu fiquei sem palavras...




Depois, bateu um alívio... Quem diria que um dia eu sentiria orgulho de ser fud... de grana.


Por último veio a dúvida... O rei do camarote não era o Adriano, Ex-Imperador?