sexta-feira, 30 de agosto de 2013

SÉRGIO CARDOSO E O MÉDICO E O MONSTRO DENTRO DE TODOS NÓS

A dualidade das coisas, a coexistência de caraterísticas antagônicas nos seres e em tudo ou quase tudo o que há sempre de um certo modo me fascinou.  Robert Louis Stevenson abordou com muita propriedade este assunto em "O MÉDICO E O MONSTRO", romance em que o bom e generoso Dr. Jekyll tomava uma poção que o transformava no brutal e maléfico Mr Hyde.  Esta obra de Stevenson é até, a meu ver, objeto de plágio dos criadores dos "SUPER-HERÓIS MARVEL", pois "O INCRÍVEL HULCK" é uma história que copia quase fielmente a criação do escritor escocês.  Mas vale como mais uma abordagem de antagonismos coexistindo numa mesma pessoa.
A TV Globo, nos anos 1970, produziu vez uma adaptação para televisão da história de Jekyl e Hyde, feita por Domingos de Oliveira e estrelada por Sérgio Cardoso, dois nomes de grande peso da teledramaturgia brasileira.    A versão da Globo, confesso, me encantou mais do que o próprio livro,  porque nela o personagem (Jekyll) do falecido ator dizia aos frades de um mosteiro mais ou menos o seguinte:
- Ninguém é totalmente bom nem totalmente mau.  Talvez os santos tenham lutado arduamente até expulsar o demônio que tinham dentro de si.
Devia ter eu uns quatorze anos quando vi o especial.  Gostei muito, e tal proposição filosófica talvez me tenha induzido a começar a questionar os heróis ou ao menos os heróis absolutos.
Essa dualidade fica mais clara ainda nas alegorias em que Buda, sob uma figueira, luta contra Mara, o demônio das ilusões, e Cristo, contra Satanás em pleno deserto.  As duas lendas mostram a batalha de ambos contra as próprias tentações e a faceta adversa dentro de si mesmos: homens praticantes de virtudes em guerra feroz contra a própria tendência aos vícios, tão inerentes a nós.  São belíssimas passagens de cunho religioso que mostram o quanto Jesus e Sidarta eram humanos.
Já que mencionamos  Sérgio Cardoso, vale a pena ver os vídeos que apresentamos com a participação do ator.  No primeiro, você assiste, entre três momentos, um fragmento de "O MÉDICO E O MONSTRO".

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

É ASSIM QUE VOCÊ VAI MORRER


Calma, galera!

É só um vídeo bem-humorado que descobrimos no site O Garanhão e resolvemos compartilhar com vocês!

Uma máquina, com algumas gotas de sangue, é capaz de fornecer informações preciosas sobre a morte da pessoa. E o que será que moveria alguém a interagir com a geringonça?

Coragem? Curiosidade? Ora, a informação pode ser determinante para tentar evitar a crueldade do destino. Vamos ver?



 
 





 

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

TEMOS A TV QUE MERECEMOS?



Alguém é capaz de explicar em que absurdo se transformou a programação da TV aberta brasileira? Foi assim, meio depressa, meio devagar. E a gente sempre querendo crer no poder de escolha do telespectador. Quando acordamos, aquele velho e conhecido cubo luminoso tinha virado uma película delgada. Mas não é sua aparência, o que preocupa, é realmente o conteúdo.
 
Digamos que numa quina da tela, está o Pânico. O programa, que outrora carregava no humor non sense, carregou tanto que ficou ininteligível, e perdeu a graça. 
 
No outro canto, o retorno de João Kleber, com força total! ele com seus testes de fidelidade acima de qualquer suspeita.
 
As velhas novelas continuam monopolizando assunto por aí, como de costume. Ganharam outra dinâmica, é verdade. Os dramas vão e vêm com maior velocidade. Mas para resumir, atualmente, enquanto anseiam pelo beijo gay, vão testando a tolerância e vencendo, aos poucos, a resistência da audiência mais tradicional e conservadora.
 
O incrível mesmo encontramos na TV do Bispo. Lá vem o seu reality show rural em que os participantes são celebridades. O programa tornou-se, recentemente, uma tempestade de cusparadas na cara entre os "artistas". Coisa de pedir socorro ao Ratinho, de envergonhar qualquer um, menos a equipe do programa, que exibe, satisfeita, toda a baixaria, como se fosse uma entrevista do Amaury Junior no Copacabana Palace.
 
O mais assustador ainda está por vir. Não parece óbvio  que as "celebridades", ainda que não sejam artistas de verdade e sim oportunistas despreparados, deveriam prezar por sua imagem e manter assim a "boa fama", com o objetivo de construir uma carreira de sucesso? Então, por que, num programa de "famosos", esses indivíduos escancaram este comportamento sub-humano, mesmo sabendo que podem estar sendo observados por milhares, até milhões de pessoas?
 
Pois, amigos, ainda que conhecedor da predileção do Homem pelo sensacionalismo e pela polêmica, sempre acreditei que havia um limite para isto. Mas qual foi minha surpresa quando descobri que o espetáculo de cusparada alavancou a audiência do programa, dando sinal verde para os camponeses da TV usarem e abusarem da saliva.
 
Hipocrisia? Falso moralismo? Será mesmo? Pela primeira vez na vida me vejo do outro lado da questão. E todo aquele papo de que só assiste a porcarias quem quer, virou balela. Diante da falta de opções, o controle remoto virou uma arma sem munição. Ao menos para aqueles que não podem pagar para ter uma programação por assinatura.
 
Não quero, de forma alguma, propor uma Tropicália às avessas para pedir a volta da censura. Liberdade de expressão sempre. Isto não é uma questão de censura. É de bom senso.
 

Leônidas Falcão

 
 
 
 Cartaz das manifestações de 20/06/13 no Rio de Janeiro
 
 
 
 
 

terça-feira, 20 de agosto de 2013

PERGUNTA DO DIA - QUEDA LIVRE



Os Pensadores de Birosca querem saber de você.

Qual dos personagens abaixo caiu mais rápido?

a) O Eike Batista, financeiramente.

b) O Sérgio Cabral, politicamente.

Temos certeza que há um empate técnico.


 
 


domingo, 18 de agosto de 2013

É PRECISO MEXER EM VESPEIRO PARA MELHORAR O BRASIL

A princípio achei que fosse ficar acabrunhado por falar em Economia, mas logo em seguida me lembrei de que Fernando Henrique foi ministro da Fazenda apesar de ser sociólogo (sociólogo nada voltado pra o social, como bem mostrou em seu governo) e, no advento do Plano Real, pelos seus discursos, até me pareceu que a obra fora dele, não de Pérsio Arida, Edmar Bacha e companhia. Vocês veem? Se estou sendo pretensioso, ele foi antes. Para sentir-me mais à vontade para falar em gestão de finanças públicas, trago à nossa memória que Antônio Palocci comandou a área econômica do Brasil durante bons anos apesar de ser médico. Se argumentarem que este era médico, mas seria um grande estudioso de economia, fico com muita pena de sua clientela.
Bem, mas o fato é que quero mais uma vez ter a pretensão de falar em economia começando com um  comentário introdutório sobre o socialismo.  Durante muito tempo acreditei no sistema defendido por aqueles que por aqui se diziam de esquerda, mas a guinada à direita que estes deram para desfrutar as benesses do poder me fizeram entender bem que tudo era mera retórica, questão de vender uma imagem para obter respaldo da opinião pública, essas coisas, e que isto não foi um processo ocorrido somente no Brasil: Miterrand, na França, e Felipe González, na Espanha, também se apresentavam como socialistas, mas nunca soube de seus países algum dia terem feito um gestão de cunho socialista.  A própria ex-União Soviética, reduzida hoje a Rússia, mãe do socialismo mundial, nunca foi, paradoxalmente, um exemplo de prática de equidade sócio-econômica, limitando-se a ser estatista e autoritária. Donde concluímos que socialismo é, infelizmente, uma simples utopia, mas não por uma suposta impraticabilidade do sistema e sim em virtude da venalidade dos políticos e sua indisposição de confrontar-se com o poder econômico, que tem força para destruí-los e lhes oferece regalias tentadoras.  Não há quem resista, não é?
Ficando patente que os políticos tornararm o socialismo uma utopia,
pergunto se não existiria alguma saída para que não vivêssemos este neoliberalismo sonso em que o Brasil vive.  Ou seja, porque o governo tem discurso progressista, arrota que é voltado para o social e no entanto não é menos conservador e reacionário do que o tecnocrático sociólogo Fernando Henrique.  Aliás, PT e PSDB só diferem na sigla, no mais são exatamente iguais. Rezam pela mesmíssima cartilha, seguem uma bula comum, só diferindo em que o atual partido governista não é um privatista tresloucado como o de FH.
Mas esqueçamos a incongruência do governo entre discurso e prática e toquemos na questão da injusta e perversa distribuição de riquezas do Brasil.  Se a reforma agrária praticada pelo atual governo está muito longe de sê-la na plenitude da palavra, pois é pífia e quase anedótica; se as indústrias jamais serão estatizadas nem seus frutos distribuídos entre os seus trabalhadores; se os bancos continuarão não produzindo nada e arrecadando oceanos de dinheiro, pois do contrário os grandes empresários daqui e do exterior fariam com os nossos "nobres" governantes o que fizeram com Jango... se não há definitivamente como dividir as terras e os complexos industriais e comerciais, algum grupo de gestores e políticos verdadeiramente corajosos poderiam começar a vender a ideia de mexer em vespeiro e taxar as grandes fortunas ( o que já botou o "bom" Bresser no olho da rua), pois isto mataria essa fome de arrecadação do governo, que recolhe demais e sofre de obesidade fiscal mórbida, e poderia, se tivesse a bondade de promover uma renúncia fiscal que permitisse aos empresários pagar bem menos do que pagam por cada emprego gerado (desonerar a mão de obra e produção), além de tocar na legislação trabalhista de modo que obrigasse os produtores e patrões a pagarem salários que atendessem às necessidades dos trabalhadores e seus familiares, conseguiria reduzir significativamente as desigualdades.  É certo que alguém de condição social privilegiada argumentaria que, se os salários ficariam vigorosos, como o erário faria para pagar as aposentadorias?  Então eu diria que então chegaria o momento de os banqueiros serem mobilizados e encarregados de partilhar este ônus com o setor público, o que, além de permitir o pagamento de aposentadorias condignas, daria ao governo ainda folga para construir hospitais e escolas públicas e pagar bons salários a médicos e professores (se, é claro, combatesse severamente a corrupção).   Garanto que ainda sobraria para investir em habitação e segurança pública.
Vê?  Seria necessário a renúncia voluntária do governo, que precisa ser menos gordo e faminto, e a compulsória dos empresários  e banqueiros.  O problema é que, repito, seria preciso mexer em vespeiro.  E aí eu lhe pergunto: o que é melhor para o político: cutucar onça com vara curta e correr o risco de sofrer o efeito Jango ou garantir para si e pimpolhos a perenidade de todo aquele fausto, toda aquela ostentação, com caviar, absinto, "poire", patê de ganso, uísque escocês e outros luxos que a carreira política sempre proporciona?  Ficou bem entendido, amigo? Embora seja possível e praticável, mesmo fora de um sistema socialista, uma sociedade bem assistida e de melhor distribuição de recursos, percebe porque nada é feito com tal objetivo?

Barão da Mata

O PAI-DE-SANTO

- Hmmmm.... Vejo nos búzio qui zifio tem zifirida em zibrioco. O qui zifio andô fazendo?
- Não, pai Bodão, eu não tenho, não... É que eu e a Anitinha... sabe?...  E aí ela ficou meio prejudicada, sabe?
- Intão? É rabo-de-saia de zifio... 
- Bem, pai bodão... Mais ou menos assim... Digamos que é prima da minha esposa...
- Ah, intão! Ma num dexa di sê rabo-de-saia de zifio.   Pai viu nos búzio... e viu traição também.
- E como vão as coisas pra mim?
- Aquela demanda na Justiça tá indo.  Vai ganhá si fizé trabaio grande, e aí pai Bodão das Incruza aqui ajuda.
- Mas eu não tenho nada na Justiça.  Meu irmão que é advogado e só fala no trabalho dele.
- Ah, intão pai Bodão tá certo!  Viu coisa de Justiça aqui: Xangô vai ajudá muito ele.
- Olha, pai Bodão, eu quero ver se vou conseguir resolver os meus problemas...
- Hmmmm... Zifio tem dor de coluna, dor de cabeça de vez em quando, às vez se gripa e... às vez num sente uns arrepio?
- É, sentir eu sinto, mas...
- Pois é! É tudo espiritual! É prima de muié de zifio, essa aí que zifio tá comendo, que tá fazendo trabaio pra prender sucê...
- Mas como, se ela não acredita em nada?  Chuta despacho na rua, de brincadeira.
- Intão é isso mesmo: uma amiga dela, de zicabelo cumprido, qui tá fazendo trabaio por ela, só pruqui ela num cridita.
- Hmmmm... Entendi.
- Hmmmmm... Zifio também leva chifre da muié casada.
- O quê????!!!!  A Marina me trai?????!!!!!!!!
- Trai, fio, e é cum macho preto, pruqui ela só pensa grande...
- É...  ela tem mesmo mania de grandeza, é megalomaníaca, sabe?
- Pois é, mas Pai Bodão vai dá um jeito.  Vai na casa de erva, depois faz um banho de esfria-tabaca e, quando ela tivé de bobera, joga em cima dela, qui ela num vai desejá mais ninguém que não sej'ocê.
- Mas ela vai ficar uma arara.
- Zifio diz qui é só brincadera...
- Mas que brincadeira, pai Bodão!
- Fio qué cuntinuá galhudo?
- Não.
- Intão faz.
- E a história do emprego...?
- Tô vendo aqui qui sucê vai crescer muito no seu trabaio.
- Mas, pai, eu tô desmpregado e querendo arranjar trabalho...
- Pois é isso: vai ranjá logo um emprego e vai crescer rapidinho lá drento.  Parabéns, zifio!
- Obrigado, pai.
- Tô vendo aqui pobrema cum droga...
-  Mas eu nem sequer bebo ou fumo. Nem minha mulher... nem uma nem outra... Só se for o meu vizinho, que fica cheirando e depois começa a bater na mulher.
- Intão é isso, mas que pai viu, viu. Ói!
- Sim?
- E cuidado com esse vizinho, qui ele tá fazendo trabaio ruim pra sucê.
- Pra mim????   Mas eu nem me meto com ele, finjo que não vejo quando ele bate na mulher, me dou muito bem com ele...
- Mas ele tem inveja de sucê!
- Bom, se Pai Bodão tá falando...
- Faz um difumadô de sossega-corno e joga a fumaça na direção da casa dele...
- Ué? Por que sossega-corno?  Ele também é?
- Não, fio: sucê qui é o corno que fica inquieto com as energia ruim dele.  Faz o qui eu mando e num prigunta.
- Tá bom, pai...
- Intão? Sartifeito, zifio? 
- Ainda não, pai, porque...
- Mas já tá na hora de nós pará, seu Zoia Beco tá mandando nós terminá pra num nascê birruga na bunda de zifio.  Ele tá dizendo pra zifio pagá logo e ir embora, pruqui sinão fio, co'as birruga, vai ficar mais bundão do que já é.

Barão da Mata

sábado, 17 de agosto de 2013

O GINECOLOGISTA E A ESCUTA DA NSA

Antônio Messias, cidadão médico, especializado em ginecologia e obstetrícia, por um dia haver entrado num restaurante árabe, comido e depois levado umas esfihas para viagem, começou a ser investigado pela NSA.  
Os caras colocaram escutas em suas linhas telefônicas, seu consultório, sua residência, sem contar o total rastreamento das vidas de sua mulher e filhos.  Aliás, mulheres, porque tinha duas.
Num dia de consulta de uma recente ex-parturiente (essas consultas pós-parto), pede à paciente que se dispa e se deite na cama para exames.
- Abra bem as pernas. - pede à moça- Vou investigar bem a fundo.
Os americanos, agitados:
- Onde é que esse cara vai se enfiar? Investigar o quê, se investigar é prerrogativa nossa?
O médico se dirige à enfermeira:
- Margarida, dê-me aquele espéculo que eu trouxe dos Estados Unidos.
- Viu? - diz um dos gringos - O filho-da-mãe está dizendo que somos especuladores.
- Desgraçado! - observa um outro.
- Bem, - constata o médico - com este instrumento americano vejo que há uma pequena secreção...
- Olha! O porco diz que somos um país de segregação!  Só não fala que tipo de segregação! Ora, esse monte de estrume...!
O médico continua em seu trabalho:
- Vou colher material para ver se há algum fungo ou bactéria...
- Bandido de uma figa! Armazenando material para guerra bacteriológica! Seria o antraz?
- Ora, George, o certo é que é alguma arma de destruição em massa...
Agora o médico examina as mamas:
- Nenhum nódulo...  A senhora tem tido leite para amamentar o bebê?
- Muito pouco, doutor.  O que devo fazer? Tomar cerveja preta?
- Não, isso não.  Recomendo aquelas bombas...
- Booooooooooombaaaaas!!!!!!!!!!!!   Jesus Cristo!!!!!!!!!!  Ele quer explodir nosso país!!!! 

Barão da Mata  


quinta-feira, 15 de agosto de 2013

CHICO ANYSIO E "A VELHINHA PROFISSIONAL" E OUTROS


Infelizmente, o tempo passa e a morte vai suprimindo nossos talentos. Mortal, chico Anysio não poderia ter escapado a este processo tão cruel.  A morte, seja de mentecaptos ou gênios, é algo extremamente dolor, como bem percebem os que permanecem vivos e se consomem de dor e saudade. No caso de Chico, porém, ficou um farto material correspondente à sua obra.  Aqui publicamos ínfimos fragmentos da vasta obra do artista.

AS AGRURAS DOS PENSADORES DE BIROSCA


Barão da Mata

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

LALAU E O SAMBA DO CRIOULO DOIDO

SÉRGIO PORTO, o grande STANISLAW PONTE PRETA, nasceu  no  Rio de Janeiro, em 11 de janeiro de 1923 e morreu na mesma cidade, em 30 de setembro de 1968.   Escritor, humorista, cronista, radialista e compositor,  foi um criador de muito senso de humor e tiradas absolutamente inteligentes.  Sua mais conhecida criação foi "FEBEAPÁ (Festival de Besteiras que Assola o País)", lançada nos volumes I e II. Temos entre suas outras obras "MÁXIMAS INÉDITAS DE TIA ZULMIRA" e "PRIMO ALTAMIRANDO E ELAS", cujo personagem central é um picareta inigualável. Escreveu também comédias como "A VELHA CONTRABANDISTA" e era de um refinado senso humorístico.  Aqui apresentamos um trabalho seu que faz uma crítica à obrigatoriedade do passado de as escolas de samba comporem enredos com temas da história do Brasil.  Leia e letra e ouça o "SAMBA DO CRIOULO DOIDO", de sua composição, que começa com uma breve narrativa na própria voz do escritor e é cantado pelo 'PELO QUARTETO EM CY".

Este é o samba do crioulo doido.
A história de um compositor que durante muitos anos obedeceu o regulamento,
E só fez samba sobre a história do brasil.
E tome de inconfidência, abolição, proclamação, Chica da Silva, e o coitado
Do crioulo tendo que aprender tudo isso para o enredo da escola.
Até que no ano passado escolheram um tema complicado: a atual conjuntura.
Aí o crioulo endoidou de vez, e saiu este samba:
Foi em Diamantina onde nasceu JK.
E a princesa Leopoldina arresolveu se casar
Mas Chica da Silva tinha outros pretendentes
E obrigou a princesa a se casar com Tiradentes
Laiá, laiá, laiá, o bode que deu vou te contar
Joaquim José, que também é da Silva Xavier
Queria ser dono do mundo
E se elegeu Pedro Segundo
Das estradas de Minas, seguiu pra São Paulo
E falou com Anchieta
O vigário dos índios
Aliou-se a Dom Pedro
E acabou com a falseta
Da união deles dois ficou resolvida a questão
E foi proclamada a escravidão
Assim se conta essa história
Que é dos dois a maior glória
A Leopoldina virou trem
E Dom Pedro é uma estação também
Oô, oô, oô, o trem té atrasado ou já passou?



TROQUE SEU CANDIDATO POR UM ANIMAL DE RUA



Barão da Mata

terça-feira, 13 de agosto de 2013

MARCELO BIZAR, UM DOS GRANDES ARTISTAS BRASILEIROS

Marcelo Bizar, cantor, compositor, poeta, escritor, não poderia deixar de novamente ter espaço aqui n'"Os Pensadores...".  E terá inúmeras outras vezes. Saiba mais sobre ele. Assista à entrevista do 
cantor no Youtube e veja alguns de seus trabalhos


http://www.youtube.com/watch?v=0TF837hMbR0

http://www.youtube.com/results?search_query=Marcelo+Bizar&oq=Marcelo+Bizar&gs_l=youtube.12...0.0.0.36450.0.0.0.0.0.0.0.0..0.0...0.0...1ac..11.youtube.

CABRAL, "O DEMOCRATA", E ''FADO TROPICAL", DE CHICO BUARQUE

O governador Sérgio Cabral declarou que os professores que tiveram audiência com o vice  Luiz Fernando Pezão recebem os melhores salários do magistério e não têm espírito democrático.  Então, foi num gesto DE altíssima democracia do seu governo (que democraticamente não distingue professor de vagabundo ou arruaceiro, ou homem de mulher) que os policiais e seguranças agrediram ATÉ professorAs a pontapés.  O governador disse mais: não havia desejo de truculência por parte de seus meganhas.  O que quer dizer que nosso homem parafraseou Chico Buarque, declarando que havia distância entre intenção e gesto.
Se não fosse revoltante e dramático, eu morreria de rir. Cabral, que tomou o nome do pai e tirou o Filho, seria um excelente humorista... de humor negro, é claro!

Barão da Mata

MARCO FELICIANO, A "CURA-GAY" E A DOENÇA DA CORRUPÇÃO

Depois de o deputado Marco Feliciano ser "ovacionado por fãs" no voo para Guarulhos,... Olha... aquilo foi muito engraçado.... Só achei abusivo tocar fisicamente no parlamentar.  É preciso limites para se manifestar desagrado quanto a alguém, por uma questão de cuidado para não perder a razão e o apoio da opinião pública e, o que é mais grave, tornar o hostilizado vítima e, por analogia,  herói.  Recomendável ter cuidado sempre.
Essa história de "cura"do homossexualismo é obviamente de um ridículo que vai às raias do lamentável.  Não posso me colocar entre os  simpatizantes da conduta erótica  homoafetiva, não acho que o mundo seja "gay" ou deva sê-lo, porque cada um deve ter a sua definição sexual respeitada, sem que precise ou deva ser compelido a ter esse ou aquele comportamento sexual.  Se abraçarmos a ideia de que o correto seja ser "gay", aí o preconceito se inverterá, não é? E assim, nós, heterossexuais, acabaremos perseguidos e discriminados.  Mas, com toda a sinceridade, acho legítima toda e qualquer manifestação de homossexuais para serem aceitos (ou mais bem aceitos) pela sociedade, da mesma forma como gostei da decisão do STF que conferiu a eles o direito à união estável e à pensão, benefícios e todos os direitos de cônjuge.  Sem contar que nada tenho contra a adoção de crianças por casais do mesmo sexo, porque o bem-estar do menor está atrelado ao afeto, cuidados e da boa assistência recebida dos pais, independentemente de estes serem do mesmo sexo ou de sexos diferentes.  Além do mais, um milhão de vezes preferível  um menino  criado por casal "gay" a uma criança padecendo e aprendendo lições de criminalidade nas ruas.
Nos anos 1970 e meados dos 1980, era unanimidade que os homossexuais deveriam ser "tratados" por psicólogos ou psiquiatras, porque eram considerados portadores de graves distúrbios emocionais. Já a partir da segunda metade dos 80 surge uma escola que achava que os chamados "diferentes" precisavam, diante da impossibilidade de "cura", ser acompanhados por terapeutas para se aceitarem como eram, sem levar em conta os preconceitos e as opiniões contrárias das pessoas.  Por fim, a partir de  manifestações e poder de inserção dos não heterossexuais como parte componente e  respeitável - sob o ponto de vista numérico e humano - do chamado tecido social, estudiosos, legisladores, membros do Judiciário e governantes, além dos profissionais de psicoterapia e psiquiatria, passam a vê-los como indivíduos não doentes nem marginais, e isto lhes confere um melhor acolhimento pelo público em geral, só lhes havendo hostilização por parte de violentos rebeldes acéfalos e sem causa ou bestas humanas sectárias da idiotice perversa, assassinos por excelência  e por um sem-número de  não violentos que militam por aí em nome de um falso moralismo.  E é justamente onde se enquadra o nosso "querido" Marco Feliciano.  
Tornado presidente da Comissão dos Direitos Humanos do Congresso por deploráveis acordos e arranjos políticos  dos quais o governo e o PT não poderiam  ficar de fora, nosso amigo não deixaria  jamais de erguer a bandeira da moralidade. É possível que ele se sinta meio messias, incompreendido a princípio mas autêntico e verdadeiro  mensageiro dos desígnios dos céus? 
 Nos meios políticos do Brasil essa coisa de "moral" é muito corriqueira.  Demóstenes Torres é um exemplo disto, apesar de, diferentemente de muitos, o ex-senador ter dado a impressão de defender uma moralidade séria. 
Eu disse diferentemente de muitos, mas isto não quer dizer que aqui por estas bandas da África incontáveis políticos não tenham levantado a sacratíssima bandeira da elevada ética política e econômica ou da ridícula e da "ainda mais santa e bendita" falsa moral comportamental enquanto se enfiavam em falcatruas manjadas e perniciosas de deixar as mocinhas rosadas de vergonha e até os pentelhinhos de qualquer um arrepiados.  Nasci em 1958, vi a moralzinha barata proibir peitos femininos de fora e nudismo nas praias, mas não vi ninguém acenar com penas realmente severas para corruptos ativos ou passivos (seriam estes últimos cândidas vítimas estupradas de corruptores?), que, embora sejam saudáveis do ponto de vista médico, transformam-se em focos absolutamente putrefatos, purulentos e contagiosos de doença sócio-político-econômica.   E agora, me pregunto, como combatê-los?  Será possível que teremos de considerá-los doentes? Se assim for, teremos então uma sugestão de substitutivo para o projeto do ilustre deputado Feliciano: onde se lê "cura-gay", leia-se agora "cura-calhorda": que tal?   Você concorda? Então vamos lá, vamos correndo colaborar com o parlamentar e propor a troca do projeto?

Barão da Mata

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

VERSÃO BRASILEIRA - TANTO MAR

 
Tanto Mar é uma alusão à Revolução dos Cravos. É uma obra prima de Chico Buarque em homenagem de ao fim da ditadura em Portugal, que já durava desde 1926. E é quase um grito de socorro contra o nosso regime militar, instaurado em 1964.

O autoritarismo em Portugal se intensificou em 1933, quando ascendeu Antônio de Oliveira Salazar, um verdadeiro entusiasta dos regimes nazista e fascista. Salazar foi sucedido, em 1968, por Marcello Caetano, igualmente, um ditador.
 
Como todo governo autoritário, o período português foi marcado pela violência, supressão de direitos, principalmente da liberdade de expressão. Naqueles tempos, o governo reforçou a política do Império Colonial Português, com os domínios no continente africano e asiático. 
 
Em 25 de abril de 1974, parte do Exército português derrubou Marcello Caetano com o apoio da população, mas sem guerra civil. Os militares rebelados recebiam flores do público no dia da queda do ditador. Deste gesto, surgiu o nome “Revolução dos Cravos”, fato que inspirou a canção de Chico, que cá apresentamos em duas versões. A primeira, com a letra original, censurada. A segunda traz a letra adaptada por Chico, devido aos rumos que a revolução portuguesa tomava, quando a canção foi liberada para ser lançada no álbum "Chico Buarque", de 1978.
 
 
 
 
Sei que estás em festa, pá
 Fico contente,
 Enquanto estou ausente
 Guardo um cravo para mim.

 Eu queria estar na festa, pá
Com a tua gente,
 E colher pessoalmente
 Uma flor do teu jardim

Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei também quanto é preciso, pá
Navegar, navegar

Lá faz primavera, pá
Cá estou doente
Manda urgentemente
Algum cheirinho de alecrim.
 
Canta a primavera, pá
Cá estou doente 
Manda urgentemente
Algum cheirinho de alecrim.  
 
 
 
 
 
 
Foi bonita a festa, pá
Fiquei contente,
Ainda guardo renitente
Um velho cravo para mim.

Já murcharam tua festa, pá
Mas certamente,
Esqueceram uma semente
Em algum canto do jardim

Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei também quanto é preciso, pá
Navegar, navegar

Canta a primavera, pá
Cá estou carente
Manda novamente
Algum cheirinho de alecrim.

Canta a primavera, pá
Cá estou carente
Manda novamente
Algum cheirinho de alecrim.  

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

AMOR MENDIGO

Ainda amo Janice,
Embora a danada me seja
Motivo de tanto chorar.

Ainda amo Janice,
Embora me tenha traído
Com todo o bairro onde moro.

Ainda amo Janice,
Embora ela me destroce
O coração por inteiro.

Ainda amo Janice,
embora eu tenha amargado
Seis meses de cela por ela.

Ainda amo Janice,
Embora se ria sempre
Que alguém lhe fala meu nome.

Ainda amo Janice,
Embora me tenha apontado
A porta da rua entre risos.

Ainda amo Janice,
Embora me tenha secado
Os bolsos pra todo o sempre.

Ainda amo Janice,
Embora me tenha o desprezo
Que só pelos vermes se tem.

Ainda amo Janice,
Embora esvazie por ela
Dois litros de cana por dia.

Ainda amo Janice
Com seu rosto inchado de álcool
E suas pernas arcadas.

Ainda amo Janice
E sonho co'a morte pra tê-la
Na outra vida após esta.

Barão da Mata

AQUELA MULHER MAGRICELA

Aquela mulher magricela,
Que não é nem feia nem bela,
Traz uma história consigo
De arrepiar, meu amigo!

Mulher de muitos amantes,
De ardor singular, flamejante,
Segundo comentam parceiros
Que foram-lhe só passageiros.

Um dia um homem sereno,
Casado, de filhos pequenos,
Por capricho, mera aventura,
Envolveu-se co'a tal criatura.

Problema maior disto tudo:
Um dia se viu ele mudo,
Cego, surdo de amor por ela,
Que, vê, não é feia nem bela.

Deixou esposa e crianças,
Matou toda viva esperança,
À casa deu cor de saudade,
Pintou de infelicidade.

A pobre a esconder pelos cantos,
A doida convulsão do pranto,
Crianças quedadas de espanto,
Tristonhas, sem ter acalanto.

Pra que você bem me entenda,
Ficou a família sem renda.
Não queira meu Deus que eu minta:
Tornou-se família faminta.

Uns poucos anos passaram,
E as coisas então se mostraram:
Vivia o rapaz aos lamentos:
Não lhe tinha a mulher sentimentos.

Foi ele mais ainda ferido:
Um dia descobriu-se traído.
Deixou-a, atingido nos brios,
A alma em dor, calafrios.

Procurou a cônjuge antiga:
Queria uma amante, uma amiga.
Mas não tinha-lhe a ex mais afeto:
Agora o achava abjeto.

A moça até se casara,
A outro se afeiçoara.
E os filhos ao homem chegado
Já tinham até se apegado.

Vê quanta tristeza causada
Por capricho da desalmada,
Aquela mulher magricela,
Que não é nem feia nem bela?

Barão da Mata

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

VERSÃO BRASILEIRA - ARGUMENTO - PAULINHO DA VIOLA


Quando o grande Paulinho da Viola lançou "Argumento", muita gente achou que era um recado para Benito di Paula. Na época, com seu visual terninho e cabelo comprido, Benito fazia um samba diferente, às vezes sentado ao piano, e recebeu muitas críticas da turma do "samba raiz", que o chamava de brega. Dê só uma olhada nos versos da música:

"Tá legal
Tá legal, eu aceito o argumento
Mas não me altere o samba tanto assim
Olha que a rapaziada está sentindo a falta
De um cavaco, de um pandeiro ou de um tamborim
Sem preconceito ou mania de passado
Sem querer ficar do lado de quem não quer navegar
Faça como um velho marinheiro
Que durante o nevoeiro
Leva o barco devagar"

Pode até ser coincidência, mas muita gente achou que não. Independentemente disso, vamos curtir "Argumento", que é um clássico do filho amado da Portela.


AS AVENTURAS DE JONAS, O SALAFRÁRIO ( A CPI OU O TELHADO DE VIDRO) - episódio final

Episódio de hoje: "A CPI OU O TELHADO DE VIDRO"


Aquela história de verbas públicas para investigação do sexo dos anjos não poderia dar certo. Armando Lontra, o lobista amigo de Jonas, ficou pelos quatro cantos da capital federal a dizer que aquela pesquisa era o ingresso no paraíso, o filé mignon da locupletação. Não deu outra: um desafeto botou a boca no mundo e a coisa acabou por gerar uma CPI para apuração de "possíveis" irregularidades.
Jonas sentou-se entre os membros da comissão. As perguntas tiveram início.
- O senhor solicitou verbas públicas para pesquisas acerca do sexo dos anjos?
- Claro! Como deputado, eu tinha obrigação. Coisa de tal relevância não podia permanecer na obscuridade.
- Mas o senhor sequer pode dizer que há anjos.
- Ah, colega deputado! Aí eu protesto! É uma questão de fé, e fé eu tenho muita! Um homem de fé tem uma índole melhor. E, sinceramente, acho que essa demonstração de descrença de V.Exa. deveria levar os seus eleitores a avaliarem-no melhor.
- Mas as verbas foram públicas, não foram?
- Foram, sim, e muito bem utilizadas.
- Mas, deputado, o dinheiro foi parar em três contas bancárias: a do deputado Sandro Lessa, a do lobista Armando Lontra, e a sua, sem que um tostão fosse gasto em pesquisa. O que o senhor diria sobre isto?
- Ué? Nós não somos votados porque temos a confiança do eleitorado?
- Sim...
- Então? Uma pessoa de confiança não pode guardar consigo uma verba para certa finalidade?
- Mas deputado, não é bem assim...
- Como não? Somos de confiança e daríamos o destino devido ao dinheiro.
- Ainda que assim fosse, o senhor e o deputado Sandro Lessa são paralmentares, mas não o senhor Armando Lontra...
- Mas devia! - Jonas replicava com o dedo para o alto, fingindo veemência. - Devia ser parlamentar o meu amigo Armando Lontra. Porque prestaria relevantíssimos serviços ao país!
- Mas, deputado, ter o dinheiro em sua conta é irregular.
- Isso muito me fere a suscetibilidade. Apesar da importância da pesquisa que se tem a fazer, ainda esta CPI ficar a importar-se com pormenores tão irrelevantes...
- Irrelevante para o senhor. Mas o fato é que o dinheiro estava em sua conta e isto é ilegítimo e irregular, é um crime, deputado!
Jonas abria os braços, fingindo indignação:
- Olhe para o senhor e reflita sobre o tom em que me fala. É uma ofensa a um homem de bem. Se eu tinha a guarda do dinheiro dos anjos, é porque tenho a guarda dos anjos. O senhor nunca ouviu falar em anjo da guarda? Eu sou um homem católico e temente e devotado a Deus. Além disto, tenho um profunda ligação com os anjos, a ponto de eu e eles sermos unos... unos, nobre deputado! Sendo assim, se guardei o dinheiro deles em minha conta, é porque logicamente, já que somos unos, o que é deles é meu e vice-versa.
- Deputado Jonas Pereira  Jojoba, o senhor é um caradura sem tamanho!
- Veja, nobre colega! V.Exa. continua a me desferir ofensas...
- Não é a minha intenção...
- Mas não é assim que vê o eleitorado. A sua agressividade está exposta para toda a opinião pública.
Um outro membro da CPI interveio:
- Deputado, o senhor não está aqui para acusar, avaliar ou analisar, mas para responder às perguntas...
- Tá certo, tá certo, Excelência! Mas eu só quis ponderar...
- Não cabe a V.Exa. ponderar, mas apenas responder...
- Desculpe, Excelência, se o presidente desta CPI me permitisse não ser objetivo, eu perguntaria
sobre a destinação dada às verbas públicas que S.Exa. obteve para a pesquisa sobre a eficácia ou ineficácia das varinhas de condão...
O presidente da comissão se viu embaraçado e inquieto, gaguejou um "vamos ao que é pertinente", enquanto Jonas se referia aos outros interrogantes:
- O deputado Álvaro Marmelada também nunca foi investigado sobre as verbas para a construção de uma ponte para o Jardim do Éden. Da mesma forma como a deputada Guadalupe Lantra nunca foi instada a responder o que foi feito do dinheiro obtido para a construção de um ovniporto, com a finalidade óbvia de servir para pouso dos ovnis... Sem contar o deputado Zé Falamole, que nunca foi investigado sobre o numerário da rede de telefonia de alta tecnologia para a comunicação com a espiritualidade...
- Deputado Jonas! - interrompeu o presidente da CPI com vigor - Esta CPI vai entrar neste momento em recesso para avaliar o seu depoimento e os outros colhidos até o presente momento. Peço que V.Exa. esteja a postos para atender à próxima intimação, que dar-se-á provavelmente um dia desses, se Deus quiser e não chover. Estamos entendidos, deputado?
Jonas sorriu:
- Claro, Excelência! Estarei sempre disposto a esclarecer todas as questões de interesse desta tão amada nação. Os senhores, ilustres e respeitáveis deputados, têm em mim um colaborador.
E saiu Jonas, assediado por jornalistas e falando pelos cotovelos:
- Não é cabível um homem como eu ser investigado por uma CPI. Acho que os membros da comissão entenderam bem que somos homens com a mesma natureza e um objetivo comum, que é o desenvolvimento e o bem-estar do país.

Barão da Mata

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

JACOB BONJARDIM - RESENHA DO BELO SHOW DE SAMBA NO TEATRO RIVAL



Vídeos do lançamento do CD de Jacob Bonjardim, em show realizado ontem no Teatro Rival. Além deste Pensador de Birosca, várias figuras carimbadas do samba estavam presentes, como Toninho Gerais, Wilson Moreira e Mário Lago Filho. Todos subiram ao palco para uma roda especial na parte final do espetáculo. Pedimos desculpas pela qualidade dos vídeos. Ainda assim, vale a pena espiar para conhecer alguns trechos do repertório do talentoso sambista.
 
Jacob tem o inconfundível estilo do sambista partideiro, que já consagrou Zeca Pagodinho, dentre outros tantos. Foi acompanhado no Rival por um rico arranjo. A banda contempla metais, dois cavacos, violão 6 cordas, banjo, contrabaixo, além da percussão natural do samba (pandeiro, cuíca, tam-tam e surdo) e bateria. Para completar, um coral de vozes femininas para bem lembrar as pastoras das quadras de escola.
 
 Se você curtiu, prestigie as próximas apresentações e procure o CD de Jacob Bonjardim. Quando informados da sua agenda, publicaremos aqui.  


 
 
 


POEMA BANDIDO II

Abaixo as instituições!
Abaixo o sentimento de pátria e viva a nação brotada do amor, união e
[solidariedade entre as criaturas!
Que a família nasça dos laços de afeto a unir as pessoas,
Não mais das convenções e da falsa moral social.

Abaixo a autoridade, fonte purulenta e inesgotável de cinismo e
[torpeza a alimentar a corrupção,
Germe abjeto que infecta o Estado e faz deste Estado um verdadeiro
[ tumor estatal!
Viva Deus sem a hipocrisia sórdida e a falsa bondade dos religiosos!

Que Deus não seja mais instituição, mas crença.
Que a pátria não seja mais pátria, mas nação.
Que nunca mais as convenções e sim a ternura mantenha as pessoas
[sob tetos comuns.

Barão da Mata